"Chafariz da Coroação"

CHAFARIZ DA COROAÇÃO, ONDE O IMPERADOR "TRANSFORMOU ÁGUA EM VINHO"

Um dos fatos mais curiosos e bucólicos da história de Santos se deu em 1846, quando da primeira visita do Imperador D. Pedro II à cidade, quando ele tinha pouco mais de vinte anos de idade. Ele e sua esposa, a imperatriz Tereza Cristina, estavam empreendendo a primeira viagem imperial pelo Brasil, às províncias do sul (Santa Catarina, Rio Grande do Sul e São Paulo). Quando voltava de Desterro (atual Florianópolis), a comitiva passou pela cidade santista, causando um verdadeiro furor entre os habitantes, que estavam em êxtase pela visita imperial.

No dia 23 de fevereiro, segundo dia de D. Pedro na cidade, os santistas prepararam grandes festas, principalmente para as comemorações do primeiro aniversário do herdeiro do Império Brasileiro, o príncipe Afonso Pedro de Bragança, que acontecia naquele dia. Após as festividades na igreja do Carmo e ao largo do canal do Valongo, onde salvas de tiros de canhões foram disparadas a partir das fragatas imperiais, D. Pedro e comitiva se dirigiram ao Largo da Coroação (atual Praça Mauá), que havia fora denominada justamente como homenagem à coroação do Imperador, que ocorrera em 1841 (cinco anos antes). Lá, o protocolo seria inaugurar um grande chafariz, o maior da cidade, e assistir um espetáculo de fogos de vistas (fogos de artifício). 

Chegando ao local, subiram Suas Majestades os degraus do referido chafariz. Ao final, após discursos calorosos e ufanistas, o Imperador girou a torneira. No entanto, ao invés de emanar a pura água limpa que a vida nos sustenta, correu em jorro um líquido cor de purpura que evidenciava ser vinho, e do bom, pelo odor que emanava. Regalados olhos viam com sofrimento estar caindo no tanque o que sequiosos estômagos apeteciam! E por mui pouco tempo que se ali demoraram Suas Majestades, pareceu um século para os que ardiam por provar da água do novo chafariz. Um dos homens bradou aos outros: “Profanos, que não sabem que nem todas as mãos têm as virtudes atribuídas às de Midas! Se a torneira aberta pelo Imperador jorra vinho, as que abrirmos vós, meu povo, deitar-se-ão água, e ainda dai graças a Deus se ela for fresca e pura”. 
  
Por caminho tapeçado de baeta verde seguiram dali para a casa do negociante Antônio Ferreira da Silva (o homem que instalara o barril de vinho no sistema de torneiras do chafariz), à frente da qual estava o palanque, donde deveriam Suas Majestades gozar da vista do fogo (show pirotécnico), e na primeira sala uma mesa de doces, frutas, vinhos etc. Começaram os foguetes precursores das rodas e em seguida as outras peças. Fazendo justiça ao talento do fogueteiro, o Imperador declarou que em Santos o espetáculo valeu a pena de ser visto, e esteve melhor do que quantos se queimam pelo Rio de Janeiro nas festas do Espírito Santo, S. Cristóvão etc. A única crítica ao trabalho do fogueteiro foi por ter armado parte do fogo tão baixa que a primeira fila de espectadores acabou tirando a vista dos subsequentes, além de estar um pouco enfumaçado.

Terminada a “queima de fogos” em celebração ao herdeiro da Coroa do Império, com a presença de Suas Majestades, retiraram-se todos às suas casas… todos, não digo bem, até porque o chafariz ficou cercado por mais de duas horas, e quantas lagrimas se derramaram à vista daquelas lajes cobertas de sumo de uva! Sic transit gloria mundi!

Chope de Vinho - ABV 4%

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